Studying at PRECE

Studying at PRECE
Students from PRECE study together under the juazeiro tree in small groups using cooperative learning

Friday, December 28, 2012

Até mais não significa tchau


Uma carta para todos os Precistas, estudantes da EEEP Alan Pinho Tabosa, meus amigos e minha grande família Brasileira,

Há uma palavra em português que é única e também poderosa- SAUDADES.  Eu nunca entendi nem tive experiências com saudades nos Estados Unidos.  Nossos pais nos criam para sermos independentes e fortes.  Mas, aqui, nesse momento eu já estou sentindo saudades de vocês- meus amigos, colegas, estudantes e guias.

Já está na hora de retornar aos Estados Unidos, mas eu nunca vou lhes deixar, abandonar ou esquecer.  Simplesmente, mesmo eu não morando aqui, meu coração vai ficar aqui com vocês.  Vocês me ensinaram paciência, dedicação, solidariedade, amor e perseverança.  Nós falamos bastante sobre nossas histórias de vida, e agora todos vocês fazem parte da minha história.  Para sempre, vocês vão ficar comigo.

Quando eu ouço as crianças rindo eu vou lembrar das vozes da Natalia e da Lucinda.  Quando eu vejo meninos nas ruas dançando eu vou me lembrar do Mateus, Francisco e Janderson.  Todas as vezes que eu falar sobre Aprendizagem Cooperativa eu vou lembrar do forte exemplo da turma acadêmica.  E quando eu vejo adolescentes desobedientes eu vou me lembrar do exemplo da turma de informática que sempre me mostrou respeito e maturidade.  E quando eu me sentir sozinha eu vou pensar nos dias quando Litelton, Natiane, Vitoria e Janilson e muitos outros sentaram comigo durante o almoço.

Quando eu começar um novo emprego eu vou lembrar dos professores e funcionários da EEEP Alan Pinho Tabosa.  Eu sei que eu nunca vou trabalhar com uma equipe igual a vocês.  Vocês são anjos pra mim- sempre me ajudando e apoiando.  Obrigada!

Quando eu me sentir desmotivada eu vou lembrar de todos os Precistas que pegam o ônibus às 10 e meia na sexta à noite para voltar às suas comunidades e dar aulas, compartilhar experiências e desenvolver projetos sociais.  Eu vou lembrar de como vocês nunca desistiram porque juntos vocês sempre alcançaram seus sonhos.  E eu vou falar de sua história para todos aqueles que vão me ouvir.

Quando eu quiser reclamar sobre minha vida eu vou lembrar da luta da Dona Marta e Senhora Fransquinha que representa todas as mulheres do interior do Ceará.  Eu vou lembrar do dia quando Dona Marta me ensinou como lavar minhas roupas usando minhas mãos, e como Dona Fransquinha me ensinou a fazer queijo e cozinhar no fogão a lenha.  Elas me mostraram a grande determinação e superação das mulheres e pelo exemplo das mulheres do Ceará eu vi que nosso amor é maior do que nossa luta. 

Quando eu quiser fechar as portas da minha casa e do meu coração eu vou lembrar da hospitalidade de todos os Cearenses- especialmente minhas colegas de casa- a família da Arneide, Ednaldo e Nicelly, Evilene, Aurenir, Lucia, Maraiza e Ainoan.  E os outros que guardaram uma cama ou rede pra mim- Pastor Aureo e Ruthe, Carlos e Tine, Dona Luiza, da família Andrade, da família Teixeira, Jose Alfredo e Dona Marta.

E quando eu perder minha fé eu vou pensar sobre Professor Manoel Andrade.  Eu não tenho palavras para explicar o grande impacto que o Andrade fez em minha vida.  Pelo exemplo dele, ele me mostrou como viver pela graça, caminhar pela fé, e servir por amor.  Nada que eu posso fazer ou dizer é suficiente para mostrar quanto eu te agradeço.

Durante os 2 anos eu caminhei e troquei experiências com vocês, eu aprendi muitas coisas.  Eu vou voltar aos Estados Unidos como uma pessoa diferente- uma pessoa melhor- porque todos vocês fazem parte da minha vida.  Agora eu me sinto muito mais completa porque eu conheço vocês, e conheço o movimento educacional mais lindo do mundo, a escola que cria um novo caminho e o país onde, como o Presidente Lula disse, “nossa alegria é maior do que a nossa dor, nossa força é maior do que a nossa miséria, e nossa esperança é maior do que o nosso medo."  Por isso, você pode acreditar que eu vou voltar sempre.




Por Aurenir Luz


Os amigos são pássaros inquietos que vão mas nem sempre voltam para perto da gente. 
Alguns servem apenas para voos mais próximos como ir conosco até a outra margem do rio, colher umas sementes e depois somem. Destes guardamos as parcas recordações do pouco que nos deixou desfrutar. 
Há outros que, mesmo ficando pouco tempo por perto, ao irem embora deixam marcas e saudades; uma vontade imensa de refazer os papos no fim de tarde ou de ouvir novamente os planos que tinha antes de sair de nossa vida.
Há ainda amigos que são pássaros fiéis que vão e voltam, que nos levam no peito e nos trazem na alma, que desejam sempre nos rever na próxima estação. Nem sempre moram perto mas sempre dão um jeito de estar próximo, de saber e enviar notícias.
Há também amigos sonhadores cujo plano de voo é sempre alcançar distâncias cada vez maiores; tenho alguns amigos assim, cuja recordação que tenho já não corresponde mais ao que são hoje, amigos que buscaram o que queriam, encontraram o que não esperavam e vivem intensamente.
Tenho amigos que deixaram cedo seus ninhos e que encontraram novas moradas mais que nunca esqueceram de onde saíram; acho estes, particularmente, especiais. 
O que mais marca uma amizade é o fato de mantê-la viva apesar da distância, das novas ocasiões de cada um, dos novos planos, das novas pessoas que conhecemos e principalmente, do modo como nos modificamos a cada dia.
Manter um bom amigo é tarefa bastante árdua nos dias de hoje: a concorrência é tanta que somos capazes de nos distrair por qualquer coisa ao invés de ter aquela conversa gostosa com um amigo, nem que seja por telefone. E quanto mais o tempo passa mais difícil fica para retomar aquela conversa, para saber um do outro.
Aos meus amigos, de perto e de longe, de ontem e de amanhã deixo simplesmente a minha alegria em ter conhecido cada um deles, em ter dividido experiências, planejado alguns trechos do caminho, ter enfim, vivido.
De todos eles guardo algo, pois sei que deixaram em mim pequenos traços de uma vida que só vale a pena por que é compartilhada.

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